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quinta-feira, maio 31, 2007

Grevista ou não?

Não sei, de forma científica, se existiu ou não constrangimento a uma adesão à greve. Isto em relação aos meus colegas e por causa dos dados pedidos pelo governo sobre o número e o nome das pessoas que a fizeram. Mas eu não lhes senti uma inquietação a este respeito. A inquietação que existe tem a ver com as mudanças significativas na relação laboral.
Noutras situações do passado, encaradas por mim quer de uma forma quer de outra, os números de adesão à greve, do Governo por um lado e do sindicato por outro, não conviviam particularmente bem. As divergências acentuadas diziam-me que um ou ambos não estavam a ser sérios para com os trabalhadores. Ou, falando em meu nome, não estavam a ser sérios para comigo.
Por isso, agora defendo que, se a lista tem dados que permitem uma informação mais rigorosa não deve ser negada. Com ela não deverão existir segundos números. Ou, por outras palavras, é difícil pensar que existem segundos números com registos deste tipo.
Independentemente disso, sabemos que quem está perto dos trabalhadores, os imediatamente superiores hierárquicos, tem a conhecimento, sempre, quer haja ou não listas destas, sobre quem fez a greve e quem não a fez. São esses que nos vão avaliar o desempenho, são esses que, quando se trata de caso a caso, terão uma palavra sobre a nossa situação profissional. Por isso, mais depressa eu temo supostas represálias dos responsáveis locais do que dos senhores que em Lisboa não se lembram que eu, por mim, ser individual, existo.
Quanto a esta greve, querendo ou não, ainda parece existirem números diversos e confusos: os números do governo que foram melhor alicerçados; e os números do sindicato, os quais ficaram em segundo plano de acordo com a ideia que o governo tem, mais do que se preocupar com números, preocupar-se com as pessoas. Mas este é o problema já conhecido, dos números e da estatística.