O carteiro sabia o meu nome completo
Eu não voltei a conhecer um carteiro assim. Talvez existam carteiros assim, mas eu não voltei a conhecer um. Ele tinha um sorriso amigo e vinha sempre de motorizada. Ele era estimado pelas pessoas da aldeia.
Eu era a menina das bochechas redondas e rosadas, dos cabelos escuros e encaracolados, e dos olhos grandes e castanhos. O carteiro dizia-me sempre o meu nome completo. E o meu nome completo era um nome comprido.
Tenho saudades de ouvir, naquela voz, o meu nome completo. Tenho ainda mais saudades das imensas cartas de outros tempos que o fizeram, tantas vezes, percorrer aquele trilho ao encontro da casa refugiada junto ao pinhal, e repetir, de todas as vezes, o meu nome completo.
3 Comments:
Eu também tenho saudades de momentos assim.
Não era o nome, era o olhar de reconhecimento da amizade que tinham pelo meu pai e o olhar de ternura para a filhota do Zé!
Que saudades desses tempos ... e do meu pai.
Beijos
São tempos para recordar, com carinho...
Bjs
Talvez por isso tenha abandonado a cidade em favor de uma aldeia: para ver se alguém diz o meu nome completo. Também não é grande...
Boas Festas
Um 2007 excelente
Bjokas
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