Ausente
Ele está sentado numa cadeira de palhinha. Seus olhos estão sobre o livro. Há ruídos diversos. Ao fundo trabalham os motores dos carros ligeiros, dos autocarros, das motos, cada um com o seu estilo. Soa a buzina do barco que vem do mar, entrando audacioso no rio. O comboio rola sobre os carris, atravessando a ponte. Mais perto de si, há o som das ondas empurradas pelo mar até ás margens do rio, das folhas que se mexem, pregadas por pontas aos galhos das árvores, e dos passos de gente a ritmos diferentes.
Mas os seus ouvidos estão ausentes. Para eles nada disto existe. E para os seus olhos existem apenas as letras pretas. Aliás, nem elas existem. O que existe, é um sítio atrás desta cortina de letras. É uma estrada de terra batida e são umas ervas louras, além altas e aqui aparadas. Ele caminha ao lado da mulher que tem uma saia rodada de cor preta, sobreposta por um avental. Esta mulher leva na cabeça, assente numa rodilha, um balaio de feira coberto por uma toalha de linho. Ele ainda não sabe o que ela carrega. Vão só os dois. Alguém diz coisas. Os pés da mulher estão sobre um socos de madeira, os calcanhares tem calos e sua pele está seca e gretada.
Entretanto, outra mulher aproxima-se com passos leves, nas suas sandálias de pele e tecido brilhante. Chega perto dele, toca-o com as suas mãos suaves, que tem uns dedos longos e as unhas pintadas de purpúreo, porque o quer trazer para junto de si.
Mas os seus ouvidos estão ausentes. Para eles nada disto existe. E para os seus olhos existem apenas as letras pretas. Aliás, nem elas existem. O que existe, é um sítio atrás desta cortina de letras. É uma estrada de terra batida e são umas ervas louras, além altas e aqui aparadas. Ele caminha ao lado da mulher que tem uma saia rodada de cor preta, sobreposta por um avental. Esta mulher leva na cabeça, assente numa rodilha, um balaio de feira coberto por uma toalha de linho. Ele ainda não sabe o que ela carrega. Vão só os dois. Alguém diz coisas. Os pés da mulher estão sobre um socos de madeira, os calcanhares tem calos e sua pele está seca e gretada.
Entretanto, outra mulher aproxima-se com passos leves, nas suas sandálias de pele e tecido brilhante. Chega perto dele, toca-o com as suas mãos suaves, que tem uns dedos longos e as unhas pintadas de purpúreo, porque o quer trazer para junto de si.
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