A panela de cozinha
Ontem, à tardinha, vi uma panela (de cozinha). Deveria ser de tamanho 20.
O homem estava no separador central, enterrado na erva até aos joelhos. Ele agarrava a panela com uma mão em cada asa, e depois, já esta pousada sobre a barra metálica, ele olhava a via rápida como quem está atento a que o trânsito escasseie para atravessar as outras duas faixas do IC24.
Mas há atenuantes. Numa via rápida em obras, de traços amarelos confundidos, em noites chuvosas, por outros traços, os brancos mal apagados; de antigas barras sonoras mal retiradas e no meio do piso, cujo ruído que provoca, numa primeira experiência, nos faz pensar que o eixo das rodas do nosso carro acabou de partir; de faixas estreitadas que chegam ao ponto de bloquear uma ambulância em acção de socorro tentando esgueirar-se entre o trânsito; de aberturas fáceis e enganadoras, nos separadores laterais, que nos levam por uma estrada paralela, até a uma barreira de betão, mais lá à frente; de curvas improvisadas, pontes em construção, máquinas em movimento e constantes alterações no circuito; numa via rápida com todos estes ingredientes, existir a possibilidade de nos aparecer uma homem à nossa frente com uma panela na mão, tamanho 20, nem é assim tão assustador.
O homem estava no separador central, enterrado na erva até aos joelhos. Ele agarrava a panela com uma mão em cada asa, e depois, já esta pousada sobre a barra metálica, ele olhava a via rápida como quem está atento a que o trânsito escasseie para atravessar as outras duas faixas do IC24.
Mas há atenuantes. Numa via rápida em obras, de traços amarelos confundidos, em noites chuvosas, por outros traços, os brancos mal apagados; de antigas barras sonoras mal retiradas e no meio do piso, cujo ruído que provoca, numa primeira experiência, nos faz pensar que o eixo das rodas do nosso carro acabou de partir; de faixas estreitadas que chegam ao ponto de bloquear uma ambulância em acção de socorro tentando esgueirar-se entre o trânsito; de aberturas fáceis e enganadoras, nos separadores laterais, que nos levam por uma estrada paralela, até a uma barreira de betão, mais lá à frente; de curvas improvisadas, pontes em construção, máquinas em movimento e constantes alterações no circuito; numa via rápida com todos estes ingredientes, existir a possibilidade de nos aparecer uma homem à nossa frente com uma panela na mão, tamanho 20, nem é assim tão assustador.
3 Comments:
Espero ansioso a criação da Linha de Apoio!
Pode não ser assustador, mas lá que é inesperado e insólito, disso não duvido.
CC, tu sabes onde me encontrar...
Enviar um comentário
<< Home