A serenata do melro
O avião aterrou. Cheguei, pousei as malas, e fui dormir um sono último, até ao despertar.
Entretanto, às cinco da manhã, um melro passeou-se sob o parapeito da janela do quarto. Debicou insistentemente as ervilhas plantadas na horta (crime desnudado pela manhã), e depois cantou. Um melro de penugem preta e de bico amarelo. E sei que era um melro de penugem preta e de bico amarelo, não porque tenha visto o preto tão perfeito da sua penugem ou a amarelo tão garrido do seu bico, na noite vagamente alumiada pelo candeeiro frouxo, mas porque só os melros de penugem preta e de bico amarelo cantam. O mesmo é dizer que só os machos cantam.
Não sei se fique furiosa por ele me acordar às cinco da manhã, não sei se fique lisonjeada pela linda serenata…
Entretanto, às cinco da manhã, um melro passeou-se sob o parapeito da janela do quarto. Debicou insistentemente as ervilhas plantadas na horta (crime desnudado pela manhã), e depois cantou. Um melro de penugem preta e de bico amarelo. E sei que era um melro de penugem preta e de bico amarelo, não porque tenha visto o preto tão perfeito da sua penugem ou a amarelo tão garrido do seu bico, na noite vagamente alumiada pelo candeeiro frouxo, mas porque só os melros de penugem preta e de bico amarelo cantam. O mesmo é dizer que só os machos cantam.
Não sei se fique furiosa por ele me acordar às cinco da manhã, não sei se fique lisonjeada pela linda serenata…
2 Comments:
Que seja bem-vinda então.
Obrigada :)
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