Alô!
A. tem três anos. Na semana passada a família festejou o seu aniversário. Ela adorou soprar as velas mas, logo a seguir, quando o tio utilizou a concertina para tocar uma música e cantá-la na sua voz desarranjada, fez uma cara assustada e desatou a chorar. A concertina é um brinquedo que lhe foi oferecido pelo avô.
Ontem A. desafiou os adultos. Primeiro, pegou no telefone fixo. Não pegou no telemóvel porque não o descobriu, mas é sabido que ela gosta de fazer como fazem os adultos e especialmente os seus pais. Ela apercebe-se de tudo o que a rodeia, pequenas coisas que aparentemente não tem importância, e apercebe-se que os seus pais utilizam o telemóvel. Depois, também sabe fazer a distinção entre aquela coisa que se pode levar para qualquer lado e aquela outra, maior e que está presa a um canto da casa da avó. E sabe também o que estas duas coisas têm em comum.
Mas, não se importando tanto com isso, ela pegou no telefone que estava sobre o aparador e olhou para os adultos sentados à volta da mesa do jantar, antes de iniciar a sua representação. Já se tinha terminado o jantar mas o ambiente estava em animada conversa. O seu intento foi chamar a atenção sobre si. A sua saia de ganga debruada em tons verdes combinava com o laço dos chinelos e com um tom mais suave da camisola. Estava uma cachopa linda e querida. As crianças são especialmente assim.
Entretanto, com o telefone colado ao ouvido, a conversa desenrolou. Era um suposto alguém que estava do outro lado da linha. A sua linguagem foi especial, porquanto ninguém percebeu a maioria das palavras. Para além disso, ela costuma inventar amigas e conversar muito com elas e arranja-lhes uns nomes giros. Ontem ela conversou, e conversou continuadamente. O seu rosto esteve muito expressivo, assim como o seu joelho dobrado e o seu pé colocado sobre a parede. Como fazia a sua tia nos seus namoricos adolescentes, com muito estilo ao telefone.
Ontem A. desafiou os adultos. Primeiro, pegou no telefone fixo. Não pegou no telemóvel porque não o descobriu, mas é sabido que ela gosta de fazer como fazem os adultos e especialmente os seus pais. Ela apercebe-se de tudo o que a rodeia, pequenas coisas que aparentemente não tem importância, e apercebe-se que os seus pais utilizam o telemóvel. Depois, também sabe fazer a distinção entre aquela coisa que se pode levar para qualquer lado e aquela outra, maior e que está presa a um canto da casa da avó. E sabe também o que estas duas coisas têm em comum.
Mas, não se importando tanto com isso, ela pegou no telefone que estava sobre o aparador e olhou para os adultos sentados à volta da mesa do jantar, antes de iniciar a sua representação. Já se tinha terminado o jantar mas o ambiente estava em animada conversa. O seu intento foi chamar a atenção sobre si. A sua saia de ganga debruada em tons verdes combinava com o laço dos chinelos e com um tom mais suave da camisola. Estava uma cachopa linda e querida. As crianças são especialmente assim.
Entretanto, com o telefone colado ao ouvido, a conversa desenrolou. Era um suposto alguém que estava do outro lado da linha. A sua linguagem foi especial, porquanto ninguém percebeu a maioria das palavras. Para além disso, ela costuma inventar amigas e conversar muito com elas e arranja-lhes uns nomes giros. Ontem ela conversou, e conversou continuadamente. O seu rosto esteve muito expressivo, assim como o seu joelho dobrado e o seu pé colocado sobre a parede. Como fazia a sua tia nos seus namoricos adolescentes, com muito estilo ao telefone.
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